terça-feira, 9 de junho de 2009

A qualidade de um bom café em casa

Hoje vou falar um pouquinho sobre famoso espresso italiano*. Sim, aquela famosa cafeteira de metal que fica sobre o fogão faz um café maravilhoso, é só tirar bom proveito do instrumento.

Tudo começa pelo pó. Como o processo desta cafeteira é pela ebulição da água, que passa através de um funil metálico até o pó do café, é preciso que a moagem do grão não seja muito fina. Cafés muito moídos dificultarão o processo da extração, podendo, inclusive, queimar a bebida (o processo fica mais lento, forçado, e em razão do alto calor, a bebida facilmente queimará, provocando completa anulação do sabor).

Quanto melhor o grão, por óbvio, melhor será a bebida. O Brasil está repleto de cafés de alta qualidade, basta se esquivar daqueles tradicionais pacotes de 0,5kg do mercado e olhar para uma seleção um pouco mais requintada.

Na exibição de hoje eu utilizei Café Santo Grão. Uma bebida encorpada, mas suave e sem amargor. Gostamos muito aqui em casa, principalmente à noite, quando queremos um cafezinho apenas para a leitura dos emails ou um bate-papo.

A propósito, é interessante esclarecer que ao contrário do que se pensa, o espresso contem menos cafeína do que o café de coador comum. A explicação para isso é simples, puramente física. Quando se preparar o café, extrai-se a cafeína. Por sua vez, a extração da cafeína é mais eficiente conforme o seu contato com a água. Quanto maior o tempo de contato, maior será a quantidade de cafeína extraída do pó. No espresso, apesar da maior pressão na extração, o contato com a água é rápido, diferentemente do processo com o coador de papel.

Voltando ao nosso espresso, coloque a media de café que considera ideal. Para esta cafeteira (padrão 6 xícaras pequenas), coloque 2 medidas de pó. Isso dependerá do paladar, tipo do café e tamanho da cafeteira.

O segredo é manter o fogo baixo. O processo de ebulição precisa ser delicado. Quando assim ocorre, a bebida começa gradativamente escorrer pelo funil final, sem espirros e com uma bela surpresa aromática e visual. Mantenha-se atento. Quando a bebida já estiver pela metade, feche-a e em breve sentirá um leve vibrar. São os últimos suspiros do espresso pressionaram a cafeteira, essa é a hora de desligar o fogo. Aguarde alguns segundos e voilá! Depois me digam como ficou. (vejam abaixo a sequência de imagens)

Saudações!

*A ideia aqui hoje não é falar para os entendidos, mas sim divulgar os cafés especiais e a possibilidade de se conceder um momento destes, que vai da compra de um grão de melhor qualidade, o processo de extração consciente e encantamento do paladar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

No caldeirão


Conheçam Mike Marshall e Chris Thile. Esses dois bandolinistas (existe esta palavra? – termo em inglês mandolinists) dão simplesmente um show de precisão e ritmo.

O composto do álbum é fabuloso, com remissões ao Jazz e à música erudita (na terceira faixa tocam a Variação nº1 de Bach – lembra-se de Goldberg Variations?), além de outras influências que proporcionam grande sensação de bem-estar.

No Caldeirão, como é intitulado esta seleção musical (Into the Cauldron) é um must-have.  Eu já havia escutado o som de Yamandu Costa (que é fantástico), mas o bandolin é algo diferente, tem uma harmonia agradável e é excelente para servir de fundo no cozinhar de um bom almoço.

Pensando nisso, o álbum tem a cara de um sábado ensolarado. Se bem que certamente vou utilizá-lo em outros dias para inspirar na cozinha (!). Aos sábados, a comida pode ser mais elaborada, mas nada exclui um bom escondidinho, naquela deliciosa mistura de carne+batatas+queijo (veja exemplos aqui e aqui; pode-se ainda inovar, utilizando mandioca no lugar das batatas ou carne-seca no lugar da carne moída). Fica a sugestão!

Saudações!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Faça os seus arranjos

Organizar uma agradável playlist (lista de músicas) é fácil e torna-se extremamente prazeroso. Lembro-me quando organizava listas em tapes (fitas cassete) e mais tarde em CDs, adequando o volume de som de cada uma para não existir um descompasso (ou susto na hora de ouvir). Ainda faço isso cada vez que programamos um jantar (penso no que será interessante ouvir quando estivermos com os convidados e o que pode auxiliar a tornar o momento ainda mais proveitoso).

Hoje, diversos são os softwares que facilitam a organização pelos apreciadores. Um deles, é o iTunes que adequa, inclusive, o volume de som de todas as músicas (em resumo: basta clicar no sinal de + no canto esquerdo inferior do programa e depois arrastar as musicas escolhidas para a lista criada; depois é só adentrar à lista e organizá-la conforme sua vontade e ordem*).

A recomendação da semana é Bach, através da sutileza de Catrin Finch. Depois de deixar o cargo de harpista oficial do príncipe Charles, Catrin passou três anos trabalhando todas as 80.000 notas de Goldberg Variations de Bach, que resultou neste levíssimo álbum de 32 músicas (J.S. Bach: Goldberg Variations BWV 988). O detalhe especial do álbum está na transposição das notas – originalmente escritas para o cravo – para a harpa. Uma experiência que necessariamente vale ser conferida pelos leitores, especialmente nessas manhãs de inverno. Ao que possuem escritório e consultório, eu recomendo proporcionar música ambiente (boa música). Além de alegrar o local, proporciona bem-estar geral imensurável.

Saudações!

* Você pode obter mais informações sobre as funcionalidades do iTunes e de como criar playlists utilizando a própria seção de ajuda no programa (menu AJUDA/Ajuda iTunes/A Jukebox do iTunes/Como criar uma lista).