sábado, 8 de dezembro de 2007

Hare Ram

Estava pensando no meu próximo post. Os dias se passaram, nenhuma idéia realmente intrigante me veio à mente, então resolvi tão somente deixar as linhas correrem.
Na verdade quis deixar o café correr um pouco solto, para que os meus leitores – se é que posso chamá-los assim – pudessem apreciar as entrelinhas de um bom café. E, falando nisso, confesso que andei experimentando some more few brands nesta semana corrida, enchendo-me de novos sabores para um futuro compartilhamento.
O café pode ser apenas um pequenino pretexto para um encontro, uma fala amiga (ou não), como ele mesmo pode lhe fazer a companhia necessária, seja nos dias chuvosos, de manhãs por acordar ou em tardes exigentes de atenção e desapego de conforto – aliás, é ela, a xícara amiga, que vem como o único ponto confortável em toda a estória.... e não estou falando de cafés amargos (bitter!) ou desprezíveis, como os de aeroportos, lojas de conveniência ou mesmo a maioria dos bistrôs dos shoppings brasileiros (ah se estivéssemos na França!!).
Anyway, o café é bom e é bom para quem gosta. Mas eu tenho colocado alguns links nos meus textos, remetendo aos sites oficiais (ou de confiabilidade) para que possam experimentar alguns trechos das músicas indicadas. Por favor, estejam convidados para compartilhar seus gostos e sabores musicais que podem acompanhar as pequeninas notas deste blog, com ou sem café... vamos trocar!
A dica de hoje não tem nada a ver com café, mas eu sigo a intuição: Krishna Das – Live...on Earth (For a Limited Time Only). O interessante do disco é a idéia trazer um pouco da poesia indiana para nossas vidas. A música, muito bem elaborado, tem um ritmo de boa energia, não nos suga, carrega.
Krishna Das é um americano que se (re)encontrou na Índia e procura, através da sua música, pronunciar o que inglês se denomina chants. São espécies de orações (mantras) que carregam uma energia específica, de maneira a provocar no inconsciente do ouvinte alguma mudança ou auxílio. Uma de sua músicas (faixa 02 do cd 01), chama-se Samadhi Sitaram. Nos seus mais de 11 minutos, Krishna Das canta em um dos seus refrões: Hare Raama Raama Raama Seetaaraama Raama Raama / Raama Raama Seetaaraama, Raama Raama Seetaaraama / Seetaaraama Seetaaraama Raama Raama Seetaaraama.
Hare significa o protetor e mantenedor da vida. Sita e Rama são a rainha e o rei do universo, da terra e do céu, a reflexão individual do Um e do Um em si mesmo, os dois aspectos de nosso Espírito. Esta faixa chama o ouvinte a olhar para si mesmo num espelho e contar o que vê. Instiga-o a limpar bem o espelho para enxergar quem está sorrindo para você. Mas espere! O espelho é na verdade um lago que não possui ondas, por isso você pensou que ele era sólido. Entre! Mergulhe! Dispa-se das roupas da separação, do que o mantém apartado da verdadeira vida e entre nesse lago. Sinta o seu corpo flutuando nas águas, dissolva e perca você mesmo... deixe-se seguir. O que é a água? O que é o tempo? Quem se importa?! Hare Ram: Minha alma chamando a minha alma. Isso não é bonito?

Hare Ram. My Soul calling my Soul. Come look in the mirror...What do you see? Who is there? Who smiles out to you from the darkness? Whose arms open in love and draw you in? Quick! Find a cloth and clean that mirror so you can see more clearly. Ram Ram. Wipe that mirror clean so you can see the face shining there. Ram Ram. Wait! The mirror is a lake that has no ripples on the surface. That's why you thought it was solid. Jump in! Dive in! Fall in! Take off your clothes of separateness and swim in that lake. Feel your body flowing with the water. Dissolve and lose yourself. What is the water? What is 'me'? Who cares! Ram Ram!