segunda-feira, 30 de março de 2009

Escrita terap...

Coloco-me a escrever. De forma terapêutica mesmo, para ponderar – mesmo que de forma inconsciente – sobre o que circunda o meu momento. E por que não dividi-lo, jogar luz nos cantos escuros, expô-lo ao mundo para a liberação-liberdade? Eis, pois, de volta mais uma vez.

Saudações Terráqueos!
“Uma vez existiu uma estrela onde alguns animais espertos inventaram o conhecimento. Foi o momento mais arrogante e enganador da ‘história do mundo’: mas durou apenas um momento. A natureza inspirou e expirou apenas algumas vezes, daí a estrela se endureceu e os animais espertos tiveram de morrer [Nietzsche, F. In Mitologemas: encarnações do mundo invisível. James Hollis. p. 118].
Mozart viveu de 1756 a 1791. Beethoven, um pouco depois, viveu de 1770 a 1827. E quão belas e magníficas foram as suas composições, preciosidades deixadas aqui na Terra para que pudessem ser apreciadas, estudadas, compreendidas e, a partir disso, influenciar toda a construção e elaboração de uma arte.
Diz-se que Mozart provém de Júpiter (sim, o Planeta). Allan Kardec – quando vivo – publicou na Revista Espírita do ano de 1858 vários relatos trazidos por diferentes médiuns acerca origem extra-terrena de Mozart. Num deles, inclusive, pode-se conferir um desenho de sua casa, composta por dimensões que extrapolam os nossos sentidos. Para aqueles que possuem – no mínimo – certa curiosidade sobre a existência de vida em outros planetas, sugiro a leitura da revista, principalmente a edição de abril que conta com a descrição do planeta por Bernard Palissy (link - arquivo pdf).
O Planeta, que hoje situa-se numa posição mais privilegiada que a Terra, face ao desenvolvimento moral já alcançado, sugere um reflexão positiva. Como há muito vem sendo frisado nos diversos cantos do globo terreno, o caminho do ser humano é a felicidade, é a evolução. Júpiter não possui mais dissensões, separações ou disputas por poder ou bens materiais. Todo o globo é uno em propósitos dignos, governados segundo o mérito e a elevação moral dos seus representantes.
Gosto do pensamento de que o mundo das idéias de Platão não é uma simples alegoria. O cavalo daqui não é uma simples cópia barata do cavalo de lá. Procuramos, através de sentidos que nos escapam a razão (e eis aqui um paradoxo maravilhoso), discorrermos sobre possibilidades terrenas do que seria o ideal para a nossa existência aqui. E tudo isso vem sendo discutido por estudiosos há séculos. A meritocracia presentes nos discursos de Platão, as preciosas (mas mal-interpretadas) incursões de Marx sobre a propriedade, a necessidade de atenção aos pensamentos e atitudes difundidas no Budismo, tudo indica um futuro ainda não conquistado, mas intimamente almejado. Que dilua as guerras, que dissipe as diferenças e apague a angústia do sofrimento, da falta de, do excesso de.
Conheço pessoas que não acreditam na existência de algo Superior, mas acreditam no homem, têm esperança no homem. E nesse ponto, reflito: eu, que acredito numa existência e governança Superior, às vezes duvido do homem, especialmente quando observo a sua fragilidade, irrito-me com sua ignorância, com sua falta de consciência, sua intolerância, sua estupidez (que agride o outro, destrói a casa, mata o animal). Mas calo-me ao voltar-me à questão: não seria mais difícil acreditar no homem? Até onde vai a minha compreensão sobre a divindade que falha no início do raciocínio: acredito no Superior, mas não acredito em minha raça.
Conheço homens (gênero, não sexo) mais cristãos que muitos cristãos (juntos). Até onde vai a minha compreensão sobre a espiritualidade de cada um?
Budha ensinou através da meditação a necessidade do silêncio. Quanto mais vivo, mais aprendo que preciso calar. Mais entendo o quão pouco ainda sabemos de nós mesmos e, principalmente, do outro (ver aqui o significado da palavra ultracrepidário).
Crer parece ser uma tarefa difícil ao homem, precisamente ao homem pensante – desde há um longo tempo. Muitos brigaram com o homem pelos seus fatos históricos. Muitos afastaram Deus por culpa da religião mal praticada e pessimamente imposta (pelo homem!).
Algo me diz que a divindade acredita no homem, na sua potencialidade, no que ele pode construir e refazer. Como o homem do bigode muito bem colocou, a estrela inspirou os homens algumas poucas vezes, de modo a produzir algo realmente passível de se considerar belo e bem feito. Creio que algo pulsa a favor da esperança e da felicidade, independentemente da pequena história da humanidade.