quarta-feira, 30 de setembro de 2009

spagbas!

Caríssimos: mudamos de casa (e de cara!)



Abraços, Marcos.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Working on a dream...

I’m tired of using all and all the same old programs and always seeing the same horizon. I think that once you get used to a non squared perspective, when you change the way you look at your life, you don’t want anymore to live and write the same old way. You want new stuff. You want new forms and embrace only unlimited and non limited tools. Unleash this creature inside of you that’s tired of doing the same old things the same old ways. Go live you live your days differently, walk the path bare foot and don’t worry with your feet are going to get hurt. They’re not and so aren’t you. That’s my gift for you my friend. See ya!

Quebre o padrão!

Sim, eu sei, fiquei um tempo sem escrever. Sabem aquela estória, uma coisa levou a outra e eu acabei espaçando demasiadamente as postagens aqui no blog. Não foi por falta de que não querer escrever, pelo contrário. Há uma semana visito a página e penso no que escrever, mas nada vinha no mesmo sentido da minha intenção. Mas hoje de manhã eu vi algo que mudou tudo isso.

Costumo visitar vários blogs, de café a tecnologia, além daqueles escritos por amigos e amigas que também gostam de colocar aqui as suas impressões, pensamentos, dividir o si-consigo. Hoje li algo sobre fugir do automático. O texto estava relacionado ao café, mas a ideia do autor foi justamente trazer à tona o quanto praticamos de automático todos os dias. Seja na forma de preparar o almoço, colocar a salada no mesmo canto do prato, ou sempre antes da comida quente, o feijão antes do arroz ou o arroz antes do feijão, a nossa forma acostumada e impensada de escrever um e-mail, cumprimentar um conhecido, atender o telefone.

É sabido que o “automático” é um péssimo aliado da criatividade. E sem criatividade a vida fica muito chata, ou se não fica chata, pode ficar monótona ou pode simplesmente não lhe mostrar a saída que tanto procura.

Hoje eu saí do padrão. A começar pelo texto, escrito num software diferente - nunca experimentado - com uma outra fonte, tudo para permitir o novo e a alimentação da criatividade. Quando modificamos o padrão, consciente e inconsciente trabalham juntos forçando o instrumento (nós mesmos) a agir, desenvolver, criar, manifestar-se.

Estou atrás de “uma saída” e alternativas há alguns dias. E estou certo de que quebrando o padrão e colocando o automático no moedor vou alcançar as respostas que eu procuro. Mas saibam, elas (as respostas) também virão de maneira inusitada, às vezes até em forma de novas perguntas (!). Estejam prontos e abertos para o diferente!

Saudações!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A qualidade de um bom café em casa

Hoje vou falar um pouquinho sobre famoso espresso italiano*. Sim, aquela famosa cafeteira de metal que fica sobre o fogão faz um café maravilhoso, é só tirar bom proveito do instrumento.

Tudo começa pelo pó. Como o processo desta cafeteira é pela ebulição da água, que passa através de um funil metálico até o pó do café, é preciso que a moagem do grão não seja muito fina. Cafés muito moídos dificultarão o processo da extração, podendo, inclusive, queimar a bebida (o processo fica mais lento, forçado, e em razão do alto calor, a bebida facilmente queimará, provocando completa anulação do sabor).

Quanto melhor o grão, por óbvio, melhor será a bebida. O Brasil está repleto de cafés de alta qualidade, basta se esquivar daqueles tradicionais pacotes de 0,5kg do mercado e olhar para uma seleção um pouco mais requintada.

Na exibição de hoje eu utilizei Café Santo Grão. Uma bebida encorpada, mas suave e sem amargor. Gostamos muito aqui em casa, principalmente à noite, quando queremos um cafezinho apenas para a leitura dos emails ou um bate-papo.

A propósito, é interessante esclarecer que ao contrário do que se pensa, o espresso contem menos cafeína do que o café de coador comum. A explicação para isso é simples, puramente física. Quando se preparar o café, extrai-se a cafeína. Por sua vez, a extração da cafeína é mais eficiente conforme o seu contato com a água. Quanto maior o tempo de contato, maior será a quantidade de cafeína extraída do pó. No espresso, apesar da maior pressão na extração, o contato com a água é rápido, diferentemente do processo com o coador de papel.

Voltando ao nosso espresso, coloque a media de café que considera ideal. Para esta cafeteira (padrão 6 xícaras pequenas), coloque 2 medidas de pó. Isso dependerá do paladar, tipo do café e tamanho da cafeteira.

O segredo é manter o fogo baixo. O processo de ebulição precisa ser delicado. Quando assim ocorre, a bebida começa gradativamente escorrer pelo funil final, sem espirros e com uma bela surpresa aromática e visual. Mantenha-se atento. Quando a bebida já estiver pela metade, feche-a e em breve sentirá um leve vibrar. São os últimos suspiros do espresso pressionaram a cafeteira, essa é a hora de desligar o fogo. Aguarde alguns segundos e voilá! Depois me digam como ficou. (vejam abaixo a sequência de imagens)

Saudações!

*A ideia aqui hoje não é falar para os entendidos, mas sim divulgar os cafés especiais e a possibilidade de se conceder um momento destes, que vai da compra de um grão de melhor qualidade, o processo de extração consciente e encantamento do paladar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

No caldeirão


Conheçam Mike Marshall e Chris Thile. Esses dois bandolinistas (existe esta palavra? – termo em inglês mandolinists) dão simplesmente um show de precisão e ritmo.

O composto do álbum é fabuloso, com remissões ao Jazz e à música erudita (na terceira faixa tocam a Variação nº1 de Bach – lembra-se de Goldberg Variations?), além de outras influências que proporcionam grande sensação de bem-estar.

No Caldeirão, como é intitulado esta seleção musical (Into the Cauldron) é um must-have.  Eu já havia escutado o som de Yamandu Costa (que é fantástico), mas o bandolin é algo diferente, tem uma harmonia agradável e é excelente para servir de fundo no cozinhar de um bom almoço.

Pensando nisso, o álbum tem a cara de um sábado ensolarado. Se bem que certamente vou utilizá-lo em outros dias para inspirar na cozinha (!). Aos sábados, a comida pode ser mais elaborada, mas nada exclui um bom escondidinho, naquela deliciosa mistura de carne+batatas+queijo (veja exemplos aqui e aqui; pode-se ainda inovar, utilizando mandioca no lugar das batatas ou carne-seca no lugar da carne moída). Fica a sugestão!

Saudações!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Faça os seus arranjos

Organizar uma agradável playlist (lista de músicas) é fácil e torna-se extremamente prazeroso. Lembro-me quando organizava listas em tapes (fitas cassete) e mais tarde em CDs, adequando o volume de som de cada uma para não existir um descompasso (ou susto na hora de ouvir). Ainda faço isso cada vez que programamos um jantar (penso no que será interessante ouvir quando estivermos com os convidados e o que pode auxiliar a tornar o momento ainda mais proveitoso).

Hoje, diversos são os softwares que facilitam a organização pelos apreciadores. Um deles, é o iTunes que adequa, inclusive, o volume de som de todas as músicas (em resumo: basta clicar no sinal de + no canto esquerdo inferior do programa e depois arrastar as musicas escolhidas para a lista criada; depois é só adentrar à lista e organizá-la conforme sua vontade e ordem*).

A recomendação da semana é Bach, através da sutileza de Catrin Finch. Depois de deixar o cargo de harpista oficial do príncipe Charles, Catrin passou três anos trabalhando todas as 80.000 notas de Goldberg Variations de Bach, que resultou neste levíssimo álbum de 32 músicas (J.S. Bach: Goldberg Variations BWV 988). O detalhe especial do álbum está na transposição das notas – originalmente escritas para o cravo – para a harpa. Uma experiência que necessariamente vale ser conferida pelos leitores, especialmente nessas manhãs de inverno. Ao que possuem escritório e consultório, eu recomendo proporcionar música ambiente (boa música). Além de alegrar o local, proporciona bem-estar geral imensurável.

Saudações!

* Você pode obter mais informações sobre as funcionalidades do iTunes e de como criar playlists utilizando a própria seção de ajuda no programa (menu AJUDA/Ajuda iTunes/A Jukebox do iTunes/Como criar uma lista).

terça-feira, 26 de maio de 2009

Saudade da Grécia...

Vou repetir a sessão Putumayo aqui. Não é só por força de ter acabado de adquirir esses dois novos álbuns, mas é pela especialidade dos mesmos que merecem um post no blog.

A música grega tem um quê de especial que não é possível definir. São entonações diferentes, a maneira como as palavras são pronunciadas, o instrumento de cordas (lembram-se do filme Zorba, o Grego?), é realmente preciso experimentar para entender um pouco dessa melodia.

Este álbum merece elogios. A composição da vez traz uma sensação de bem-estar, com efeito subliminar alegre, teletranportando-nos ao mundo grego (ah, que saudade!).

Como pensar na Grécia e não lembrar do velho Sócrates, tão fabuloso em seus ensinos, ainda hoje não totalmente compreendidos. “Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito. Como ele, morreu a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças tradicionais e colocado à verdadeira virtude acima da hipocrisia e da ilusão dos formalismos, ou seja: por haver combatido os preconceitos religiosos. Assim como Jesus foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinos, ele também foi acusado pelos fariseus do seu tempo— pois os que os tem havido em todas as épocas, — de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da existência da vida futura. Da mesma maneira porque hoje não conhecemos a doutrina de Jesus senão pelos escritos dos seus discípulos, também não conhecemos a de Sócrates, senão pelos escritos do seu discípulo Platão” (in O Evangelho segundo o Espiritismo, introdução, cap. IV, trad. Herculano Pires).

Greece: a Musical Odissey, pela coleção Putumayo, como dito no álbum, “lendas e estrelas ascendentes da música grega executadas animadamente e músicas de assombração que ligam os mundos antigo e moderno”.

Saudações.

domingo, 24 de maio de 2009

Uma Odisséia Judaica

Fiquei sem escrever além do tempo programado. Levei um tombo de uma gripe pesada. Mas esta semana ouvi sobre um dos principais ensinamentos da filosofia Judô: se cair, deverá levantar. Portanto, de volta ao batente!

A cultura judaica é repleta de ensinamentos e história por si só e a série Putumayo conta com um álbum especial sobre o tema, explorando a riqueza e a diversidade deste tipo musical. Algumas características do judaísmo sempre me chamaram a atenção, talvez pelas minhas andanças passadas, e quando ouvi o cd, não tive dúvida. Precisei dividi-lo.

É a própria vivência do povo judeu misturada em diversas culturas por todo o mundo que dá uma nota diferencial à sua música, que traz também bastante da sua história e origem. Como dito na contra-capa do álbum, “Jewish has become a cross-cultural blend of expressions”.

O que acho belo na cultura judaica é a forma como se dedicam em estudar questões espirituais e filosóficas. Os próprios conceitos da KABBALAH – que está longe de significar somente uma posição ou pensamento material – hoje ampliados por estudiosos dispostos a divulgar o conhecimento e multiplicá-lo pelo globo, mas também os seus métodos para reflexão e solução de problemas (O Aparente do Aparente, O Oculto do Aparente, O Aparente do Oculto e o Oculto do Oculto), como diz Nilton Bonder, revelando mundos que se interceptam numa tessitura extremamente complexa e delicada, cujo equilíbrio demanda por vezes a prevalência do tolo sobre o sábio, e do silêncio sobre a resposta.

Nossos caminhos individuais estão repletos de situações que em somos colocados a melhor observamos nossas atitudes e o aproveitamento de nossas energias. Somos um complexo energético de inúmeras vivências, melhorados aos poucos pelos comandos do tempo e da nossa curvatura (entenda-se humildade).

Conforme o seguir do passo, entendo cada vez mais pelo caminho do silêncio, que poupa o pseudo-sábio de ser tolo e revela a sabedoria daquele que parecia não saber.

Na edição de hoje, um pouquinho do álbum A Jewish Odissey.

Saudações!

 

* Aos que não conhecem a série Putumayo, meus caros, convido-os à beleza dessa imensa coletânea de world music. Com genial criatividade, a ideia é levar ao mundo a música do mundo (mais sobre eles aqui). São CDs todo especiais, de música celta a cubana, de cigana a africana, italiana, mexicana, colombiana, até chinesa e francesa!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Os primeiros passos do inverno.... tempo de Jazz!


O post desta semana está atrelado ao friozinho aqui do Sul e frio me lembra uma boa pasta antecipada por um bom ritmo musical, no caso, Jazz!!

Hoje reativei em minha biblioteca os álbuns de Diana Krall que, além de voz, sabe tocar um piano.

O álbum indicado é When I look in your eyes e a música pela qual devem iniciar a noite de inverno é a que leva o título do cd (ouça aqui um trecho).

Diana Krall tem diversos discos lançados (pelo menos uma dezena!), mas este, de 1998, é uma preciosidade que qualquer so called apreciador de jazz precisa ter. Principalmente para dar boas-vindas ao inverno (que vem antes da temporada, mas sem surpresa!).

Jazz é um estilo de música que possui um tom especial, serve sozinho e muito bem acompanhado. Portanto, reservem uma boa dose (special playlist) para enquanto preparam o prato principal, apreciam com a(o) escolhida(o) ou curtam em grande alegria com os amigos para o jantar. Não posso deixar de mencionar East of the Sun West of the Moon, com o presente do dedilhar da jazzista antes dos 2 minutos.

De fato, Jazz é uma excelente companhia. Segue, sem atrapalhar, a linha de raciocínio de uma revisão de texto, do pensar sobre um e-mail. Aliás, tocando no assunto, esta semana* descobri um pouco mais da origem da famosa @ e que em alguns países possui denominações bastante exóticas, como lesma (Itália), patinho (sim, little duck - Grécia), cadela/cachorro (Rússia) e verme (Hungria) (barbaridade!!). O símbolo é usado desde o séc. XVI na Europa, em especial Espanha, para especificar uma espécie de medida. Ao longo do tempo continuou a ser utilizada e, em inglês, e era comum na contabilidade comercial significar ao preço de (at the price of).

Mas a sacada de trazê-las às correspondências que hoje tão comumente conhecemos como e-mail, foi de um camarada chamado Ray Tomlinson que, em 1971, achou que seria uma boa ideia, pois traduziria o fato de que indicar alguém (nome) a um servidor (p. ex., marcos@google.com - fictício), nas palavras do criador: “I am frequently asked why I chose the at sign, but the at sign just makes sense. The purpose of the at sign (in English) was to indicate a unit price (for example, 10 items @ $1.95). I used the at sign to indicate that the user was "at" some other host rather than being local” Genial, não?

Detalhe: os arranjos dos álbuns da Diana são tão sutis que combinam até com o café post pasta ou, no caso, um e-mail de agradecimento pelo jantar.

Saudações!

* Link original da reportagem da @ aqui e mais aqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Impressões musicais: Incanto, de Andrea Bocelli

Não há muito o que dizer – que já não tenha sido dito – sobre Andrea Bocelli. De fato, ele é mesmo sensacional.

Este álbum, lançado em novembro/2008, tem um todo “encanto italiano”, desde as músicas mais românticas até os rompantes ritmados da música italiana como funiculi funicula e marechiare (maravilhoso!).

Este é o tipo de álbum que escuto para elevar a freqüência. Os arranjos estão muito bem alinhados (um todo conjunto musical acompanha a melodia encantada de Andrea) e o ponto mais forte é a própria influência italiana, que transporta o ouvinte para um outro mundo, vale a pena!

Digo ainda que combina com diversos tipos de ocasião, não só para a escuta isolada ou o acompanhamento enquanto se prepara uma massa (!!). É certo que não me enquadro no perfil costumeiro, mas dias atrás escutei quase o álbum todo enquanto reformava uma bicicleta encostada na garagem.

O interessante de quando se escuta música é perceber a influência energética que ela produz. Gosto todo mundo tem e cada um com o seu (lembro da velha piada da “mulher chupando sabão”). Mas o importante é que música boa é aquela que traz uma freqüência boa. E como saber se a freqüência é boa ou não? Basta observar o seu sentimento enquanto ouve a dita cuja. Simples assim. O que você sente? É tristeza, raiva, ansiedade, distanciamento, as lembranças não são boas?.... se é assim, algo não parece estar certo, parece?

Bocelli canta Voglio vivere cosi, col sole in fronte e felice canto, beatamente....Gosto de frisar que a felicidade é um direito e o destino de todos. Procure, portanto, escutar o que traduz e produz bons sentimentos e momentos de alegria e felicidade, lembrando que euforia não é harmonia, e possui um outro motivo mascarado por baixo dessa sensação.

Somado a isso, e em memória do que li nesta semana (clique aqui), William James diz que aqueles que se preocupam em tornar o mundo melhor poderiam começar por si mesmos. É a velha estória de fazermos a nossa parte para, mais adiante, juntarmos tudo e fazermos juntos.

Boa música!

Saudações!

 

* Os Links acima remetem direto para o iTunes. Se já possuírem instalado, basta clicar 2x na música e ela começará a tocar. O programa de instalação pode ser encontrado aqui, normalmente no canto direito da tela. Insisto, vale a pena experimentar !

** Quem não tem iTunes e também não quer ter, as músicas do Bocelli podem ser ouvidas no próprio site dele (aqui).

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sobre a Era do Imediatismo

Estava lendo um artigo na revista Wired deste mês (link) e deparei-me com a expressão age of immediacy e fiquei a pensar como – muitos de nós – agimos automaticamente na busca incessante de adquirir (volumes), avançar fases (da vida, do jogo, do filme) e angariar informações.

O imediatismo proporcionado pelas maravilhas de que tem acesso à tecnologia, por exemplo, pode trazer consigo sintomas de excessos, de ansiedades e impaciência, e isso tudo sem que se perceba.

Tudo bem, informação nunca valeu tanto quanto antes, mas, o que realmente vale é informação de VERDADE, não balelas ou compilações estilo Wikipédia*, sem origem e sem confiança.

Por que ansiedade e impaciência? Ora, basta pensar nessa necessidade de se obter o mais rápido possível a informação ou o dado desejado.

O público, antes ignorante de informações pela falta de, hoje tem facilidade de acesso a um mundo vasto de detalhes e dados, mas busca respostas imediatas e objetivas (poucas linhas, poucas páginas, poucos megas) – o site Twitter, de relacionamento social, cresce absurdamente nos EUA, onde os seus usuários comentam os momentos dos seus dias em frases de até 40 caracteres, ofertando a opção de “seguidores” (followers), pessoas que ficam conectadas umas nas outras para saberem de seus comentários, ideias etc. Portanto, hoje são ignorantes pelo tipo de informação absorvida. Basta uma pesquisa rápida e pronto, já estou satisfeito sobre este remédio, esta doença e esse assunto. Posso até fazer um manual sobre determinado tópico – do qual eu não domino, mas fiz uma boa pesquisa compilada – e publicar um livro. Que tal??

A Era do Imediatismo realmente assusta. Creio que pode ser fruto do próprio movimento do consumo, pois percebe-se um liame entre os conceitos: adquirir e de forma rápida.

Eu mesmo não estou tão afastado disso. Confesso, antes ficava horas em lojas de discos procurando aqueles álbuns especiais para sair orgulhoso de ter encontrado algo que não conhecia, algo novo, especial, para degustar ao longo dos meses. Hoje, quase não encontramos lojas assim. Não estou reclamando, ao contrário de antes – quando ouvia o cd logo em seguida ao sair da loja – às vezes levo semanas, até meses, para ouvir minhas últimas aquisições, mesmo assim, tão fáceis e disponíveis em minha biblioteca digital. O mesmo se pode dizer sobre os quilos de e-mails recebidos, as toneladas de páginas descobertas pelo mundo virtual, artigos e textos que ficam para uma leitura posterior. O que está acontecendo?

Um amigo uma vez usou a expressão “vida zipada”! Cheguei a ficar assustado... mas às vezes fazemos isso mesmo. Compactamos e arquivamos. 24 horas por dia. Muitos dias sem parar. E fica tudo registrado, tudo em pequenas e grandes caixas em nosso arquivo mental, que um dia e uma hora precisarão ser filtrados e reexaminados.

Você participa da era do imediatismo?

É preciso, como sempre foi, observarmo-nos. É uma tarefa complexa a tal da auto-observação. O truque é perceber os defeitos sem excluir as qualidades, afinal, o sol se derrama de maneira igualitária sobre bons e maus, o que significa dizer que, independente do quanto ainda temos para melhorar, precisamos perceber o quanto já melhoramos. Nossa análise precisa ser justa, na lembrança de Tomás de Aquino, que dizia: justiça sem misericórdia é crueldade; a misericórdia sem justiça é dissolução.

Saudações!

 

* Minha crítica a textos dessa espécie é direcionada tão somente àqueles desprovidos de qualquer informação real, calcados no achismo e sem qualquer correlação com o verdadeiro sentido do objeto tratado. A ideia é boa, mas para ser utilizada é preciso cautela.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tempo novo à vista!

Hoje é um dia especial, 15 de abril. Aos que me conhecem e conhecem dos meus arredores, sabem que a especialidade do dia é marcada (também) pela presença da minha alma-estrela.

E é em homenagem à essa estrela querida que escrevo esta mensagem, explicando o porque do também.

Sim, como um anunciante que vê a terra após longos dias (meses!) no mar, tempo novo à vista, exprime o meu coração com toda a sua força.

Nessa rápida passagem na amada Terra, muitas são as lições que precisam ser entendidas para que sejamos mais essência, mais ser, mais nós mesmos, moldando-nos com maior precisão ao projeto inicial, quando amorosamente foi lançada a semente da centelha divina no centro de nosso ser. Aí está mais uma das belezas do Criador. O momento pode ser duro, mas nos purifica, nos ilumina, nos deixa mais leves (um viva ao paradoxo!).

Hoje é dia de festa. Festa pelo conquistado e festa pelo porvir, na entrega e na certeza de que somos cuidados e de que tudo será providenciado na medida do que precisamos para dar conta do nosso recado reencarnatório. Ninguém carrega além de suas forças, do contrário, Deus, que é todo bondade e justiça, não seria justo, seria? É dever atentar: a premissa precisa ser adequada à realidade. Enquanto não tomamos ciência da bondade, da beleza e da misericórdia do Criador, concluímos em falácias e ilusões, caímos no equívoco em nos considerarmos joguetes de um destino amargo. O nosso destino, o destino de todos, é a felicidade e somos nós quem tomamos o passo rumo à ela.

Sim, viemos para cá para nos depurarmos e sermos, porque ainda não somos (na completude do termo) e não seremos questionados pelo que fizemos ou deixamos de fazer como outros, mas sim porque não fomos nós mesmos*.

Deixemos a centelha que insistentemente pulsa, brilhar sobre o nosso ego. Na lembrança de Mandela, deixemos brilhar a nossa luz, pois, a nossa luz não nos assusta mais.

Saudações! 

* “Reb Sussia em seu leito de morte, agitava-se de forma angustiada. Seus discípulos assustados inquiriram seu mestre sobre seu comportamento. Reb Sussia disse: "Estou com medo. Com medo do tribunal celeste. Não que tenha medo de ser questionado sobre porque não fui um profeta ou um líder carismático e realizador como Moisés, pois posso sempre esclarecer que não sou Moisés. Não tenho medo tampouco que me questionem porque não fui como o sábio Maimonides, que com seu trabalho mudou a compreensão de uma geração e de todas as que se seguiram. Posso novamente esclarecer que não sou Maimonides. Mas tenho muito medo, verdadeiro terror que me perguntem: "Sussia, porque você não foi Sussia?”. Extraído do texto Rosh Há Shana de Benjamin Mandelbaum.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Fonte das boas ideias e de um bom dia (uma boa vida).

Estava aqui a refletir... por vezes nos colocamos em tão pesada sintonia energética que só atraímos problemas. Quem não conheceu alguém (ou foi alguém) que só vivia reclamando, com expressões pesadas e tormentosas - frases repetidas como "comigo só dá m...", "tinha que ser comigo!" e outras do gênero.
Eu mesmo ontem não estava com os pensamentos nas alturas (mais para "funduras"!!). Mas é preciso mudar. Fazer o movimento, sair do corredor dos maus pensamentos - que se acumulam com uma rapidez absurda - e atravessar a ponte, ficar do lado da Luz.
Somos humanos frágeis, e o Criador sabe disso, entende e não nos julga. Mas nos aplicamos o peso da amarga-amargura, da incredulidade, do desespero em nossas vidas.
É realmente preciso mudar. Dizem que quando se está bem tudo - ou quase tudo, pois se aceita o destino/programa da vida do jeito que ela é - dá certo. É fato: nós atraímos aquilo que repetidamente pensamos e, principalmente, somos conduzidos pelos sentimentos que estão por trás desses pensamentos. Não adianta dizer que a pessoa que está preocupada com $$ vai atrair $$. Não é assim que funciona. Qual é o sentimento por detrás desse pensamento? Existe sim a necessidade do dinheiro, mas o que está presente com mais força, qual o sentimento presente, a fartura/abundância ou o medo/escassez?? Conforme o sentimento, tem-se o resultado. É desse jeito. Assim como você, vi (e vivi) isso na pele. Agora não mais.
O que acredito é que tudo não passa de uma simples questão de hábito, raciocínio e entendimento.
A grande parte dos ocidentais foi inconscientemente educada segundo um padrão equivocado da estrutura do pensamento-sentimento. É preciso mudar essa estrutura, reaprender a forma de pensar e lidar com os pensamentos e vontades. A grande parte dos orientais têm consciência de que um mal pensamento acarreta uma má consequência não para o outro, mas e precisamente para si mesmo.
Da mesma forma que aprendemos essa forma desequilibrada e ignorante sobre como pensar e o que nossos pensamentos podem fazer (positivamente) por nós, precisamos introjetar a maneira positiva de olhar a vida e suas situações. De ver o que existe de belo mesmo naquilo que momentâneo parece feio. Difícil? Esse é o primeiro obstáculo a ser quebrado. A mania de dizer que é difícil.... quem disse isso? Para quem tem esse pensamento estruturado na fartura e na bem-aventurança, difícil é fazer o contrário, difícil é produzir ondas de venenos contra si mesmo, obstar o seu auto-crescimento e o alcance da sua própria felicidade.
E se falar parece mais fácil, vamos colocar o ensino em prática. Vamos tornar esse o nosso hábito. Uma vez entendido como funciona e como podemos ter excelentes resultados em nossas vidas – inclusive e mais importante, ser possível alcançar um padrão de felicidade contínua – a decisão de optar por essa rota acaba sendo óbvia, não é mesmo? Afinal, por quanto tempo ainda queremos sofrer?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Nona de Beethoven.

Ontem dediquei-me mais do que alguns minutos a Beethoven. O que mais me chamou a atenção não foi o primeiro movimento da Sinfonia (allegro ma non troppo, un poco maestoso), com seus trechos marcantes desde o início, num estrondo que imediatamente muda a freqüência do ouvinte e – delicadamente – prepara-o para o que vai vir.
Ao que me parece, Beethoven quis aproveitar toda a orquestra nesta Sinfonia, cada potencial ali presente e, conforme ela vai se desenrolando é possível perceber o uso de todo o conjunto, num trabalho harmônico maravilhoso e realmente complexo. E isso tudo somente no primeiro movimento.
Quando adentra no segundo (molto vivace), após algumas alfinetadas de um arguto violino, Beethoven eleva ainda mais a freqüência, colocando o expectador dentro do ritmo, que vai aumentando, aumentando, envolvendo, envolvendo, retirando-no dos nossos próprios pensamentos. Pan papann pan papan pan papan pan pan Vou confessar, coloquei a música quando estava lendo, mas no primeiro minuto do segundo movimento fechei os olhos, abri um sorriso e deixe-me conduzir pela ondulação dos violinos, flautas, de todo o conjunto misturado e perfeitamente combinado. Ao passar pelo segundo movimento, você já está em outro lugar. Aliás, quando vê, está de Maestro, com as mãos erguidas seguindo voluntariamente o ritmo intenso que adentra o corpo, querendo dar forma à música.
No terceiro (adagio molto e cantabile), o compositor nos dá um momento íntimo. Alivia os instrumentos, elevando-os em doçura e agradabilidade. Após retirar-nos os pensamentos, agora presenteia-nos com a beleza da música, num tom calmo e energizante, belíssimo! 
Então, chegamos ao que interessa. Em Presto, Beethoven se torna Beethoven. Quem não ouve esse movimento e automaticamente se antena (“já ouvi isso....!”). Sim, é aqui que a nona se tornou milenar, conhecida no globo todo e fora dele. Com um pouco de mistério no início, ao toque de um sutil violoncelo, o movimento prende a atenção do ouvinte. Os violinos esboçam um início da nota suprema; os violoncelos voltam; e, em seguida, as flautas. Beethoven brinca com os instrumentos, criando uma atmosfera musical perfeita para trazer à tona o ponto central de toda a inspiração. Prepara os nossos ouvidos e, num tom ao fundo, surge o incompreensível (de tão belo). As notas vão sendo elevadas, mais instrumentos vão sendo incorporados, oh Senhor, muito obrigado! A alma vibra! Um sentimento de felicidade aquece o espírito, você se deixa levar pela magia de Beethoven na sua mais consagrada Sinfonia. Realmente.... é emocionante e maravilhoso.
Beethoven foi incrível. Ao prestar atenção com cuidado na Sinfonia, consegue-se perceber que Beethoven sabia o que fazia. Sua mente musical estruturando toda a harmonia para trazer, de forma perfeita e no momento perfeito, à Ode à Alegria!
No movimento final, as vozes marcantes por um grupo de solistas e um coral dá o toque divino: “O Freunde, nicht diese Töne!
 / Sondern laßt uns angenehmere / anstimmen und freudenvollere” [Ó, amigos, mudemos de tom! / Entoemos algo mais prazeroso / E mais alegre!].
A nona sinfonia incorpora parte do poema An die Freude (“À Alegria”), escrita por Friedrich Schiller. Dizem que foi o primeiro exemplo de um compositor (de porte) a se utilizar da voz humana numa sinfonia como o mesmo destaque dado aos instrumentos, abrindo campo para que o posteriormente viriam trabalhar os românticos (período musical subseqüente).
Que presente! 
Recomendo a sua degustação. Dedique-se, todo o conjunto soma um pouquinho mais de 60 minutos, mas será uma hora de completo presente que você pode se dar!
De se escutar e agradecer.
E o quanto ainda se tem para aprender com a nona de Beethoven.... muito mais do que ouvi-la nove vezes, mas, em lembrança ao Mestre querido, noventa vezes nove (!).
Ah sim, ao tempo da composição e da estréia da nona (7 de maio de 1824), Beethoven já estava completamente surdo.

* Não sou conhecedor de música, tampouco de musica clássica. Aqui deixo apenas minhas simples impressões, como um aprendiz interessado em compartilhar seus sentimentos. Por isso, perdão aos que conhecem e às batatas aos que não compreendem.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Escrita terap...

Coloco-me a escrever. De forma terapêutica mesmo, para ponderar – mesmo que de forma inconsciente – sobre o que circunda o meu momento. E por que não dividi-lo, jogar luz nos cantos escuros, expô-lo ao mundo para a liberação-liberdade? Eis, pois, de volta mais uma vez.

Saudações Terráqueos!
“Uma vez existiu uma estrela onde alguns animais espertos inventaram o conhecimento. Foi o momento mais arrogante e enganador da ‘história do mundo’: mas durou apenas um momento. A natureza inspirou e expirou apenas algumas vezes, daí a estrela se endureceu e os animais espertos tiveram de morrer [Nietzsche, F. In Mitologemas: encarnações do mundo invisível. James Hollis. p. 118].
Mozart viveu de 1756 a 1791. Beethoven, um pouco depois, viveu de 1770 a 1827. E quão belas e magníficas foram as suas composições, preciosidades deixadas aqui na Terra para que pudessem ser apreciadas, estudadas, compreendidas e, a partir disso, influenciar toda a construção e elaboração de uma arte.
Diz-se que Mozart provém de Júpiter (sim, o Planeta). Allan Kardec – quando vivo – publicou na Revista Espírita do ano de 1858 vários relatos trazidos por diferentes médiuns acerca origem extra-terrena de Mozart. Num deles, inclusive, pode-se conferir um desenho de sua casa, composta por dimensões que extrapolam os nossos sentidos. Para aqueles que possuem – no mínimo – certa curiosidade sobre a existência de vida em outros planetas, sugiro a leitura da revista, principalmente a edição de abril que conta com a descrição do planeta por Bernard Palissy (link - arquivo pdf).
O Planeta, que hoje situa-se numa posição mais privilegiada que a Terra, face ao desenvolvimento moral já alcançado, sugere um reflexão positiva. Como há muito vem sendo frisado nos diversos cantos do globo terreno, o caminho do ser humano é a felicidade, é a evolução. Júpiter não possui mais dissensões, separações ou disputas por poder ou bens materiais. Todo o globo é uno em propósitos dignos, governados segundo o mérito e a elevação moral dos seus representantes.
Gosto do pensamento de que o mundo das idéias de Platão não é uma simples alegoria. O cavalo daqui não é uma simples cópia barata do cavalo de lá. Procuramos, através de sentidos que nos escapam a razão (e eis aqui um paradoxo maravilhoso), discorrermos sobre possibilidades terrenas do que seria o ideal para a nossa existência aqui. E tudo isso vem sendo discutido por estudiosos há séculos. A meritocracia presentes nos discursos de Platão, as preciosas (mas mal-interpretadas) incursões de Marx sobre a propriedade, a necessidade de atenção aos pensamentos e atitudes difundidas no Budismo, tudo indica um futuro ainda não conquistado, mas intimamente almejado. Que dilua as guerras, que dissipe as diferenças e apague a angústia do sofrimento, da falta de, do excesso de.
Conheço pessoas que não acreditam na existência de algo Superior, mas acreditam no homem, têm esperança no homem. E nesse ponto, reflito: eu, que acredito numa existência e governança Superior, às vezes duvido do homem, especialmente quando observo a sua fragilidade, irrito-me com sua ignorância, com sua falta de consciência, sua intolerância, sua estupidez (que agride o outro, destrói a casa, mata o animal). Mas calo-me ao voltar-me à questão: não seria mais difícil acreditar no homem? Até onde vai a minha compreensão sobre a divindade que falha no início do raciocínio: acredito no Superior, mas não acredito em minha raça.
Conheço homens (gênero, não sexo) mais cristãos que muitos cristãos (juntos). Até onde vai a minha compreensão sobre a espiritualidade de cada um?
Budha ensinou através da meditação a necessidade do silêncio. Quanto mais vivo, mais aprendo que preciso calar. Mais entendo o quão pouco ainda sabemos de nós mesmos e, principalmente, do outro (ver aqui o significado da palavra ultracrepidário).
Crer parece ser uma tarefa difícil ao homem, precisamente ao homem pensante – desde há um longo tempo. Muitos brigaram com o homem pelos seus fatos históricos. Muitos afastaram Deus por culpa da religião mal praticada e pessimamente imposta (pelo homem!).
Algo me diz que a divindade acredita no homem, na sua potencialidade, no que ele pode construir e refazer. Como o homem do bigode muito bem colocou, a estrela inspirou os homens algumas poucas vezes, de modo a produzir algo realmente passível de se considerar belo e bem feito. Creio que algo pulsa a favor da esperança e da felicidade, independentemente da pequena história da humanidade.